terça-feira, 4 de agosto de 2009

POEMA DE GATO NOVO

MINHA INFÂNCIA

No meu tempo de menino
Gostava de brincadeira
Joguei e brinquei de toca
Atirei de baladeira
Botava um pau na cintura
Dizendo que era a peixeira

Carreguei frete na feira
Brinquei muito de pinhão
Meu cavalo era uma vara
O cabresto era um cordão
Tirava mel de abelha
Comia e lambia a mão

Calça curta pé no chão
A peteca no pescoço
Furei muitas melancias
Mergulhava em qualquer poço
Tirei carne das panelas
Comi escondi o osso

Mãe chamava pra o almoço
Pra jantar ou pra dormir
Ela brigava comigo
Quando eu demorava ir
Nas madrugadas de frio
Mamãe ia me cobrir

Eu via papai sair
Pra serra matar mocó
Eu também ia com ele
Pra ele não sair só
Armei muitas arapucas
Peguei preá no quixó

Eu para não brincar só
Chamava meu companheiro
Um comprava outro vendia
Brincando de bodegueiro
Folha de mato e papel
Era o nosso dinheiro




Ia com um companheiro
Pra casa dos meus avós
Brincava de escolinha
Lá na escola de nós
Colava livro e caderno
Com leite de avelóz

Eu de lá ouvia a voz
Mamãe chamando por mim
Dizendo venha pra casa
Não me dê cuidado assim
Eu na mesma hora ia
Porque não sou filho ruim

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